12/05/2018

ESTADÃO-COPO DE SILICONE É OPÇÃO ECOFRIENDLY PARA ‘AQUELES DIAS’


Em lugar dos tradicionais absorventes descartáveis, utilizados pela grande maioria das mulheres no período menstrual, mas que levam cem anos para se decompor na natureza, as europeias e norte-americanas vêm adotando os copinhos de silicone, usados da mesma forma que os absorventes internos. Apesar da maioria das brasileiras ainda mostrar resistência,  alguns especialistas destacam que a solução é limpa e, melhor, não agride o meio ambiente, contribuindo para reduzir o volume de lixo nos aterros sanitários.
 
Paulo Liebert/AE
Paulo Liebert/AE
Especialistas destacam que a solução é mais limpa
 
 
"As brasileiras que moram lá fora (no exterior) acabam não usando por uma questão cultural", observa o ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, Eduardo Zlotnik. Para o médico, o método é ótimo,  por que você gera menos lixo. "A vantagem do copo é que a mulher pode tirar e lavar", diz ele.
No Brasil, o absorvente convecional é o mais consumido. O copinho causa a mesma surpresa que os absorventes internos, quando surgiram no mercado. As mulheres torcem o nariz. É o que conta a dançarina Patrícia Fox, de 42 anos. "Minhas amigas ficam interessadas, mas desconfiadas." Patrícia diz que qualquer mulher que trabalha fora de casa pode incluir o copo em sua rotina, desde que tenha uma pia para lavá-lo, após esvaziá-lo. Antes de começar a usar o copo, não se sentia bem ao descartar absorventes no lixo. "Quando descobri o copinho me senti muito mais leve", desabafa.
~´Mas a higiene do método e mesmo a necessidade premente de se evitar a poluição por absorventes higiêncos tradicionais estão longe de ser consenso. A fotógrafa Maíra Gross, 31 anos, usa os absorventes convencionais descartáveis e se diz satisfeita. "Não vejo um absorvente reutilizável como algo higiênico", diz. Para Maíra, antes do absorvente ser considerado como algo a ser reciclado, os lixos mais comuns - como o orgânico doméstico e os recicláveis, como papel e vidro - devem ser prioridade. E alfineta: "O uso de fraldas descartáveis deveria ser analisado  antes."
 

No tempo da vovó

 
Há ainda quem defenda a volta dos paninhos, uma controvérsia tão grande como os reutilizáveis de silicone. Formada em medicina natural há cinco anos, Maíra Salomão alterna os panos com o copo interno. "É extremamente higiênico e muito mais prático para as mulheres que tem uma rotina intensa". Segundo Maíra, o copo tem o formato do cólo e se adapta melhor ao útero, diferente dos absorventes internos.
As marcas mais comuns usadas pelas americanas e europeias são o Mooncup (http://www.mooncup.co.uk/languages/pt/compre-o-agora/Brasil.html ), o DivaCup (http://www.divacup.com/), The Moon Keeper (http://www.keeper.com/), Fleurcup (http://fleurcup.com), Femmecup (http://www.femmecup.com), Ladycup (http://www.ladycup.eu/), Lunette (www.lunette.fi/pt/). 
O médico Eduardo Zlotnik lembra que o uso de reutilizáveis é uma boa opção quando componentes dos absorventes descartáveis causam alergia. "É um detalhe que faz com que a gente peça para a paciente mudar de marca", acrescenta, lembrando que, nas classes de menor poder aquisitivo, isso não é possível. "Em classes menos favorecidas economicamente, a gente encontra muitas mulheres usando paninho. Não é barato para quem ganha um salário mínimo, e tem que sustentar uma família, gastar mais cinco reais por mês em absorvente", explica o ginecologista. 
Para a fotógrafa Maíra Gross a volta ao pano talvez não seja a melhor solução. "Haveria mais consumo de água, o que não seria bom. Precisamos de uma solução mais abrangente", conclui.
 

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